Uma da manhã e eu aqui acordada... Lá pelas 9 da noite tomei uma caneca de café e agora sabe se lá que horas vou dormir... enquanto isso navego, pesquiso e encontro:
Elogio da sombra
de Jorge Luis Borges
A velhice (tal é o nome que os outros lhe dão)pode ser o tempo de nossa felicidade.O animal morreu ou quase morreu.Restam o homem e sua alma.Vivo entre formas luminosas e vagasque não são ainda a escuridão.Buenos Aires,que antes se espalhava em subúrbiosem direção à planície incessante,voltou a ser La Recoleta, o Retiro,as imprecisas ruas do Oncee as precárias casas velhasque ainda chamamos o Sul.Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas;Demócrito de Abdera arrancou os próprios olhos para pensar;o tempo foi meu Demócrito.Esta penumbra é lenta e não dói;flui por um manso declivee se parece à eternidade.Meus amigos não têm rosto,as mulheres são aquilo que foram há tantos anos,as esquinas podem ser outras,não há letras nas páginas dos livros.Tudo isso deveria atemorizar-me,mas é um deleite, um retorno.Das gerações dos textos que há na terrasó terei lido uns poucos,os que continuo lendo na memória,lendo e transformando.Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norteconvergem os caminhos que me trouxerama meu secreto centro.Esses caminhos foram ecos e passos,mulheres, homens, agonias, ressurreições,dias e noites,entressonhos e sonhos,cada ínfimo instante do onteme dos ontens do mundo,a firme espada do dinamarquês e a lua do persa,os atos dos mortos,o compartilhado amor, as palavras,Emerson e a neve e tantas coisas.Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro,a minha álgebra e minha chave,a meu espelho.Breve saberei quem sou.
Jorge Luis Borges nasceu em 1899 na cidade de Buenos Aires, capital da Argentina e faleceu em Genebra, no ano de 1986. É considerado o maior poeta argentino de todos os tempos e é, sem dúvida, um dos mais importantes escritores da literatura mundial.
Elogio da sombra
de Jorge Luis Borges
A velhice (tal é o nome que os outros lhe dão)pode ser o tempo de nossa felicidade.O animal morreu ou quase morreu.Restam o homem e sua alma.Vivo entre formas luminosas e vagasque não são ainda a escuridão.Buenos Aires,que antes se espalhava em subúrbiosem direção à planície incessante,voltou a ser La Recoleta, o Retiro,as imprecisas ruas do Oncee as precárias casas velhasque ainda chamamos o Sul.Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas;Demócrito de Abdera arrancou os próprios olhos para pensar;o tempo foi meu Demócrito.Esta penumbra é lenta e não dói;flui por um manso declivee se parece à eternidade.Meus amigos não têm rosto,as mulheres são aquilo que foram há tantos anos,as esquinas podem ser outras,não há letras nas páginas dos livros.Tudo isso deveria atemorizar-me,mas é um deleite, um retorno.Das gerações dos textos que há na terrasó terei lido uns poucos,os que continuo lendo na memória,lendo e transformando.Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norteconvergem os caminhos que me trouxerama meu secreto centro.Esses caminhos foram ecos e passos,mulheres, homens, agonias, ressurreições,dias e noites,entressonhos e sonhos,cada ínfimo instante do onteme dos ontens do mundo,a firme espada do dinamarquês e a lua do persa,os atos dos mortos,o compartilhado amor, as palavras,Emerson e a neve e tantas coisas.Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro,a minha álgebra e minha chave,a meu espelho.Breve saberei quem sou.
Jorge Luis Borges nasceu em 1899 na cidade de Buenos Aires, capital da Argentina e faleceu em Genebra, no ano de 1986. É considerado o maior poeta argentino de todos os tempos e é, sem dúvida, um dos mais importantes escritores da literatura mundial.
3 comentários:
Sei os livrinhos de infância, tipo
A vida sexual de Catherine ?????
uhuhuuuuuuuuuuu...rsrsrsrsrsr...
bjs Rita
Ahhh, tempo de inocência ???
Você só foi inocente quando tinha
uns 8 meses, depois disso, só
Deus sabe heim ???
bjs Rita
Adorei o texto muito bom....inocente?? O que é isso??? Será q algum dia fomos??
Hihihihi....8meses, é pode ser vai!!!
Adoro seu blog.
Bjs,
Sabrina sua carrapata
Postar um comentário