15 de março de 2006



Ah quanta melancolia!
Quanta, quanta solidão!
Aquela alma, que vazia,
Que sinto inútil e fria
Dentro do meu coração!
Que angústia desesperada!
Que mágoa que sabe a fim!
Se a nau foi abandonada,
E o cego caiu na estrada -
Deixai-os, que é tudo assim.
Sem sossego, sem sossego,
Nenhum momento de meu
Onde for que a alma emprego -
Na estrada morreu o cego
A nau desapareceu.

Fernando Pessoa, 3-9-1924

3 comentários:

Anônimo disse...

Adelaide disse...

Oi, olha eu aqui de novo...
vim, olhei e gostei, mas confesso que preferia tudo lá no Mitricot, será preguiça minha?
Este poema do Fernado Pessoa é lindo, aliás eu sou suspeita,sou apaixonada pelo Pessoa...
beijos

10:04 PM

Anônimo disse...

Lidiane disse...

E a nau desapareceu...
Estou me sentindo um tiquinho assim hoje.
Passa.

Beijo.

4:52 PM

Anônimo disse...

Burtonesca disse...

Oi,

gostei daqui... adorei a foto do cachorrinho dormindo no corredor...

Abraço!

5:01 PM